Ontem, dia 28 de julho de 2024, a nossa igreja aprovou, por unanimidade, a nova redação dos seus Estatutos. Depois de seis meses de estudo bíblico sobre o tema da liderança da igreja e um mês de trabalho sobre um novo texto para os Estatutos, concluímos esta fase do processo de transição de liderança, com um terceiro momento de expressiva unanimidade!
Em resumo, os novos Estatutos substituem a figura de “o Pastor”, como responsável pela liderança espiritual e ministérios da igreja, pelo conceito de “Equipa Pastoral”. Esta pode ser composta por Pastores, Pastoras e outros membros da congregação. Desta forma, promovemos o caráter plural da equipa, com efetiva partilha de liderança, e abrimos a possibilidade da mesma ser mista, incluindo tanto homens como mulheres. Salvaguarda-se ainda a possibilidade de participar na equipa pastoral qualquer irmão ou irmã a quem Deus tenha dado dons de liderança e pastoreio (nas mais diferentes áreas), mas que não pretenda ser, oficialmente, consagrado ou consagrada ao ministério pastoral.
Todos os elementos da equipa pastoral encontram-se em pé de igualdade, não existindo qualquer hierarquia dentro da equipa, nem desta em relação aos demais membros. Dentro da equipa, existirá um líder, função que deverá, idealmente, rodar entre todos os membros. De entre os membros da mesma, são eleitos o Presidente e o Vice-presidente do Conselho Administrativo.
Uma outra alteração introduzida nos Estatutos é a “separação de poderes”, ao impedirmos que o Presidente da Mesa da Assembleia seja membro do Conselho Administrativo. Até este momento, o Pastor acumulava, para além das funções pastorais, a presidência do Conselho Administrativo e a da Mesa da Assembleia.
Com esta nova versão de Estatutos não pretendemos ficar mais modernos, mais contemporâneos ou atualizados. O propósito primordial é que a igreja fique mais bíblica. O trabalho de estudo e debate, conduzido ao longo dos últimos meses, procurou alcançar este objetivo. A grande dificuldade é que, para chegarmos à essência não adulterada do registo bíblico, é muitas vezes necessário escavar por entre várias camadas de tradição e de pressupostos extrabíblicos. Cremos que a igreja foi conduzida por Deus, nesse propósito e queremos que Ele seja honrado através deste passo que agora damos.
Ficam assim criadas as condições para qualquer membro da igreja poder “aspirar ao episcopado”, independentemente do seu sexo, desde que satisfaça os critérios bíblicos para tal. Na nossa igreja, cremos que o texto de Gálatas 3:28 “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.“, não se esgota no acesso à graça salvadora, mas tem um alcance universal, para toda a nova vida que temos “em Cristo Jesus“. A partir deste momento, o exercício de qualquer ministério, na nossa igreja, não está condicionado ao sexo do candidato, tal como já não estava condicionado à sua nacionalidade ou etnia, nem à sua condição social e económica, em harmonia com o texto de Gálatas 3:28.
O passo seguinte é acolher os candidatos e começar a formar a equipa. Nenhum trabalho desta natureza, no contexto da igreja, está concluído. Trata-se de um processo dinâmico que contamos ir avaliando e ajustando, com o passar do tempo e com a percepção das dificuldades e desafios que irão surgir. O caminho é longo, mas os primeiros passos estão dados!
Partilhamos aqui a cópia da nova redação dos nossos Estatutos, para informação e eventual benefício de outras comunidades (nesta data, ainda por efetuar o registo oficial):